sábado, 20 de agosto de 2022

O QUE É O DIACONATO?

 

IGREJA PRESBITERIANA DE RIACHÃO DO JACUÍPE – BA

INTRODUÇÃO AO DIACONATO.

PROF. Rev. João Ricardo Ferreira de França

AULA 01: O QUE É O DIACONATO?

DATA DA AULA: 03/07/2022.

INTRODUÇÃO:

     Um dos ofícios mais negligenciados na Igreja Presbiteriana certamente é o do diaconato; com isso, não queremos dizer que desprezamos a função e ofício do diácono no que tange a sua atuação, mas nos referimos a ausência de literatura específica sobre este ofício.

     Sobre o ofício de presbítero a literatura é abundante, uma vez que o sistema de governo presbiteriano enfatiza esse ofício. Porém, quando ao diaconato lidamos com a escassez de material destinado à concepção presbiteriana no que diz respeito ao diaconato.

I – O CONCEITO DA PALAVRA DIÁCONO.

     O Novo Testamento usa uma palavra grega muito interessante para definir as atribuições deste tipo de ofício. A palavra que nós encontramos é “dia,konoj”[diácono]. Essa palavra carrega o conceito de “servir”, “ministrar” (ROGERS; RIENCKER, 1995, p.462) Ou seja, ser um diácono é aquele que serve aos OUTROS. Neste sentido todos nós somos diáconos, o pastor, os presbíteros e até mesmo os membros da igreja podem ser considerados diáconos. É assim que se entende a palavra quando aplicada à nossa irmã Febe em Romanos 16.1

TEXTO GREGO

TEXTO PORTUGUÊS

Συνίστημι δὲ ὑμῖν Φοίβην τὴν ἀδελφὴν ἡμῶν οὖσαν διάκονον τῆς ἐκκλησίας τῆς ἐν Κεγχρεαῖς (Rom 16:1 STE)

RECOMENDO-VOS, pois, Febe, nossa irmã, a qual serve na igreja que está em Cencréia, (Rom 16:1 ACF)

 

     Observamos que a palavra “serve” no texto grego original é “διάκονον”. E o sentido aqui não é de um ofício, mas de um serviço. Por outro lado, a Escritura também estabelece o uso para um ofício designado por eleição, neste caso de vemos que o conceito de diácono assume duas conotações importantes:

O sentido estrito (o ofício) ou lato (serviço de qualquer crente).

II – A ORIGEM DO OFÍCIO DE DIÁCONO.

     O diaconato é um oficio especificamente existente no Novo Testamento. É o Novo Testamente que inaugura e instala este ofício devido a dois problemas específico: A expansão numérica da Igreja e ao conflito entre Judeus e Gentios no que tange a distribuição diária dos donativos da igreja local.

a. Atos 6.1-7.

Nesta passagem bíblica encontramos a instituição da primeira junta diaconal na igreja cristã do Novo Testamento. O texto nos mostra a razão e o processo desta escolha.

É-nos dito no texto sagrado que surgiram dois problemas na vida da igreja cristã primitiva. O primeiro foi o número exponencial dos membros novos. Quando se há um crescimento existem também uma multiplicação significativa das dificuldades e problemas na igreja. E, o segundo problema foi a “murmuração” dos crentes não judeus contra os crentes judeus, pois, as viúvas dos primeiros estavam sendo negligenciadas na distribuição diária (Atos 6.1).

b. A convocação Apostólica (atos 6.2)

O primeiro passo dos apóstolos para resolver aquela situação foi convocar uma assembleia eclesiástica para resolver o problema.

E nesta convocação eles declaram que não seria prudente abandonarem a vocação que tinham para se dedicar a observar quem deve ou não receber a cesta básica e os recursos necessários à manutenção. Pois, eles deveriam se dedicarem prioritariamente à pregação da Palavra.  

c. A orientação para a escolha (Atos 6.3-4)

Os apóstolos agora decidem orientar a igreja no processo da escolha de um grupo de oficiais que devam se dedicar a este serviço (diaconia) específico.

A orientação é marcada pelas qualificações destes oficiais, consideraremos estas qualificações mais adiante; por hora, observamos que os apóstolos orientam a escolha passando pelos crivos importantes na vida do povo de Deus.

Destaca-se aqui a razão para que os apóstolos procedam com esta orientação para a igreja cristã: “e, quanto a nós nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra” (Atos 6.4). Ou seja, o ofício do diaconato serve também ao ministério da palavra! Pois, os diáconos, no uso de seus dons viabilizam aos presbíteros docentes a possiblidade de se dedicarem ao ensino da Palavra e a oração.

d. A Eleição dos Diáconos (Atos 6.5-7)

Agora lidamos no nosso texto com a escolha dos homens para exercerem o diaconato na igreja cristã primitiva. Destaca-se neste bloco do texto sagrado que a escolha é realizada pela própria igreja. Os apóstolos poderiam indicar e estabelecer os homens para este ofício, mas optaram para que a igreja tomasse lugar neste processo de eleger os homens que deveriam se dedicar a este ministério.

A igreja escolheu sete homens, conforme foi orientada a fazer (Atos 6.3); não se sabe ao certo porque limitou-se a escolha a sete homens.

Alguns sugerem que se deva ao fato de haver representantes dos diversos grupos (três para os judeus, três para os helenos e um para os prosélitos); outros dizem que motivou-se por causa do número dos dons do Espírito Santo (Isaías 11.2; Apocalipse 1.4; Ou o número tenha sido “escolhido por considerado como sagrado segundo o pensamento dos hebreus”.

Há aqueles que sugerem que o número se baseou no rito dos sete despenseiros dos ritos pagãos na época da escrita deste texto bíblico (CHAMPLIN, 2011, vol.2, p.135). Não se sabe ao certo porque se escolheu e limitou-se a este número; o fato é que a comunidade seguiu à risca as orientações apostólicas. Após a escolha estes homens são apresentados diante dos apóstolos e são ordenados com a imposição de mãos do colegiado apostólico. Aqui temos o surgimento do oficio de diácono na igreja cristã primitiva.

CONCLUSÃO:

     Nosso estudo de hoje procurou apresentar de forma resumida o conceito e o surgimento do ofício de diácono na Igreja cristã primitiva. Vimos que o termo diácono é uma transliteração do vocábulo grego que significa “aquele que serve”. Também observamos que o ofício do diaconato é tipicamente cristão.

A Igreja Cristã da perspectiva do Novo Testamento inicia este ofício na vida dela devido a dois fatores que ocorreram: primeiro, a multiplicação dos discípulos; e, segundo o conflito que foi resultado desse crescimento. Observamos neste estudo que a igreja foi convocada para lidar com este problema; os apóstolos orientaram a igreja na escolha correta que deveriam tomar para resolver o problema, pois, a vocação dos apóstolos era a dedicação à oração e ao ensino da palavra. A escolha foi feita pela igreja local e com isso a igreja continuou a crescer.

quinta-feira, 16 de junho de 2022

HOMEM E MULHER, OS CRIOU [CASADOS]

 

HOMEM E MULHER, OS CRIOU!

Rev. João França.

Introdução:

            A vida a dois é sempre um desafio! Viver um no mundo do outro não é fácil e não é raro haver choques de interesses e de perspectivas. O enunciado de nossa palavra de hoje tem haver com as questões de atribuições no relacionamento de homem e mulher.

I – A RELAÇÃO HOMEM E MULHER

1.     Os Dados Bíblicos.

            Quando nos aproximamos dos dados bíblicos encontramos uma vasta informação sobre os papeis dos homens e mulheres na relação familiar, eclesiástica e marital.

26 E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. 27 E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.  28 E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra. (Gênesis 1:26-28 ACF)

Consideremos alguns aspectos importantes deste texto:

1.     O casal vem à existência pela própria vontade de Deus – sendo uma imagem de Deus (vs.26)

2.     Esta imagem envolve uma unidade prevalecente inicial (vs.27)

3.     O casamento obtém a bênção de Deus com duas ordens especificas:

a.      Trazer filhos santos ao mundo “frutificai e multiplicai-vos” (vs.28ª)

b.     O cumprimento do mandato cultural por meio de famílias (vs.28b)

 

2.     Focalizando o texto

Considere mais de perto o versículo 27 que diz:

E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; HOMEM E MULHER OS CRIOU. ” agora considere Gênesis 5.2: “2 Homem e mulher os criou; e os abençoou e CHAMOU O SEU NOME ADÃO, no dia em que foram criados (Gen 5:2 ACF)”

GÊNESIS 1.27 – NO ORIGINAL HEBRAICO:

O  que aprendemos aqui sobre a relação homem e mulher?

A informação de que tal unidade reflete a Imago Dei no homem que fora criado para adorar a Deus. Que verdade ensina-se aqui? (1) O casamento é uma unidade trazida à existência por Deus. (2) Que violar o casamento é quebrar, manchar e desprezar a Imago Dei que está esculpida no homem. Com este pano fundo exegético pode-se compreender adequadamente o texto de Gênesis 2.18-24. Isto significa que o casamento tem abrangência universal exatamente porque o homem e a mulher foram criados carregando a imagem de Deus Amêl.c;B. (betsalmo).

No que observamos sobre este texto é que o casamento também é companheirismo! Isso é notado no texto de Gênesis 2.18-24:

18 E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele. 19 Havendo, pois, o SENHOR Deus formado da terra todo o animal do campo, e toda a ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome. 20 E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo o animal do campo; mas para o homem não se achava ajudadora idônea. 21 Então o SENHOR Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar; 22 E da costela que o SENHOR Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão. 23 E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada. 24 Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. (Gen 2:18-24 ACF).

 

O que se destaca neste texto:

1.     A solidão de Adão.

2.     O propósito da mulher ser Criada – “afugentar a solidão do homem  e ser um auxiliadora para ele”.

3.     Explicação: O texto apresenta uma breve explicação porque Adão se viu só no mundo. (vs.19-20)

4.     A criação da mulher (vs.21)

5.     A Primeira poesia no mundo dos mortais (vs. 22-23)

6.     Adão dá o seu nome a Eva.

7.     Uma nova formação familiar é explicada (vs.24).

Disso tudo que vimos até agora nos leva a conclusão que o casamento é feito de companheirismo.

II - OS PAPÉIS E ATRIBUIÇÕES NO CASAMENTO.

            Agora chegamos os pais de atribuições do casamento. Na estrutura Bíblica temos os papéis de:

a.      Esposa: Submissão e respeito (Efésios 5.22,33)

b.     Maridos: Amem suas esposas não tratem com amargura e vejam suas esposas como o vaso mais frágil (Efésios 5.25; Colossenses 3.19; 1 Pedro 3.7).

c.      A santificação mutua: 1ª Coríntios 7.14.


sábado, 12 de fevereiro de 2022

OS CINCO PONTOS - DEPRAVAÇÃO TOTAL

 

Estudo: Os Cinco Pontos do Calvinismo.

Depravação Total do Gênero Humano.

Prof. Rev. João França.[1]

INTRODUÇÃO:

Este é um assunto bastante discutido nas mídias sociais, nos grupos de estudos, nas salas de aulas de escola bíblica. Vivemos um novo momento na teologia cristã; tem havido um interesse significativo pelas doutrinas da graça entre os jovens de diversas denominações históricas ou não. Por outro lado, há uma tendência de muitos acharem que os cinco pontos do calvinismo ou Tulip esgota toda doutrina reformada. Na verdade vivemos aquilo que chamo de tulipação da teologia reformada. Na verdade a Tulip é apenas um resumo da soteriologia (doutrina da salvação) do calvinismo ou fé reformada.

Antes de entrarmos na explicação dos cinco pontos é necessário definirmos alguns termos, pois, podem oferecer uma má compreensão do assunto. O primeiro vocáculo é o termo calvinismo. O nome reporta-se à figura de João Calvino (1509-1564) que fixou residência em Genebra e alí atuou como reformador. O nome dele posteriormente foi dado em homenagem a um sistema teológico desenvolvido a partir do estudo das Escrituras, pois, o mesmo ensinava estas verdades em seus escritos, palestras e sermões.[2]

O segundo termo é “os cinco pontos” que se tornou um termo usado para descrever a controvérsia teológica na Holanda nos anos de 1618-1619. Onde um grupo de alunos de um homem chamado Jacob Arminius (1560-1609), publicaram, após sua morte, um protesto conhecido como a Remonstrace que exigia a mudança da concepção soteriológica das igrejas reformadas da Holanda de uma concepção calvinista onde Deus é soberano inclusive na salvação, para uma concepção humanista. Então, para se resolver essa questão se convocou um sínodo nacional na cidade de Dort para tratar deste assunto. E, as resoluções do sínodo foram organizadas em cinco proposições que posteriormente receberam o nome de Tulip, um rosa típica e muito comum na Holanda,  – termo acróstico para o resumo desta posição de Dort. E, mais adiante o termo ficou conhecido como os cinco pontos do calvinismo como uma homenagem, conforme já foi dito, a João Calvino.

EXPOSIÇÃO.

I – TOTAL DEPRAVAÇÃO

            Este é o primeiro ponto a ser considerado. Em resumo aqui se ensina que o homem é “incapaz e avesso à prática de todo bem”[3] espiritual. Isto reporta-se à queda de Adão e Eva pela desobediência ao mandamento especifico de Deus (Gênesis 2.16-17) onde lemos:

16 E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, 17 mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.

            O resultado desta desobediência do casal edênico foi a queda no pecado conforme nos ensina a Palavra de Deus em Gênesis 3.8-19:

8 Quando ouviram a voz do SENHOR Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do SENHOR Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim. 9 E chamou o SENHOR Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás? 10 Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi. 11 Perguntou-lhe Deus: Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses? 12 Então, disse o homem: A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi. 13 Disse o SENHOR Deus à mulher: Que é isso que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu comi. 14 Então, o SENHOR Deus disse à serpente: Visto que isso fizeste, maldita és entre todos os animais domésticos e o és entre todos os animais selváticos; rastejarás sobre o teu ventre e comerás pó todos os dias da tua vida. 15 Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. 16 E à mulher disse: Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua gravidez; em meio de dores darás à luz filhos; o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará. 17 E a Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te ordenara não comesses, maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida. 18 Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva do campo.

Notemos que no processo da queda vemos Deus vindo ao homem, o indaga para que o mesmo tenha coragem de confessar seu pecado, mas o que ele faz é transferir sua responsabilidade para a sua esposa; o resultado desta atitude do homem foi o receber uma sentença divina onde todo o caos na criação (cardos e abrolho), bem como toda a crise familiar (o desejo da mulher em dominar o marido) é resultado da desobediência do homem, e sua queda no pecado.

A hereditariedade do pecado é transmitida para a posterioridade de Adão conforme nos ensina o Apóstolo São Paulo:

12 Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.13 Porque até ao regime da lei havia pecado no mundo, mas o pecado não é levado em conta quando não há lei.14 Entretanto, reinou a morte desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual prefigurava aquele que havia de vir

 (Romanos 5.12-14 ARA)

 Diante disso pode-se afirmar o que expressa a posição confessional de Westminster quando declara que este homem é indisposto à prática do bem; verdade bem retratada pelo Apóstolo São Paulo em Romanos 3.9-18:

9 Que se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma nenhuma; pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado; 10 como está escrito: Não há justo, nem um sequer, 11 não há quem entenda, não há quem busque a Deus; 12 todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. 13 A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, 14 a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura; 15 são os seus pés velozes para derramar sangue, 16 nos seus caminhos, há destruição e miséria; 17 desconheceram o caminho da paz. 18 Não há temor de Deus diante de seus olhos

O ensino bíblico sobre a Total Depravação é claro em toda a Palavra de Deus que pode ser sumarizado em conceitos básicos:

1)      O homem nasce em pecado – Salmos 51.5: o contexto desta passagem é quando Davi pecou com Bet-seba (vs.1) ele se vê como um homem vil; e, revela que comete tais pecados porque sua natureza é essencialmente pecaminosa.

2)      O homem nasce proferindo mentiras desde o seu nascimento – Salmos 58.3;

3)      E, ele é um cadáver ambulante Efésios 2.1-3.

Este bloco de textos revela a definição do pecado. Plantinga nos lembra que o pecado “não é apenas a quebra da lei, mas também a quebra da aliança com o Salvador. O pecado é uma nódoa na relação pessoal, uma ofensa ao pai divino e benfeitor, uma traição do companheiro ao qual se esta unido por laços santos” e ainda ele diz, ao explicar a passagem de Salmos 51.1-14, que todo “pecado é direcionado, primeiro e finalmente, contra Deus. Digamos então que o pecado é qualquer ato – qualquer pensamento, desejo, emoção, palavra ou feito – ou sua omissão, que desagrada a Deus e merece ser denunciado.”[4]Esta declaração reproduz com amplitude aquilo que se ensina no Breve Catecismo de Westminster na questão de número 14 quando define pecado como “transgressão à lei de Deus”.[5] 


[1] Ministro da Palavra e dos Sacramentos pela Igreja Presbiteriana do Brasil. Atualmente é pastor na Igreja Presbiteriana de Riachão do Jacuípe – BA.

[2] Recomenda-se a leitura: BEEKE, Joel R. Vivendo para a Glória de Deus – Uma Introdução à Fé Reformada. São José dos Campos: Fiel,2010; FERREIRA, Wilson Castro. Calvino: Vida, Influência e Teologia. São Paulo: Luz para o Caminho, 1985; REID, William Stanford. (ed). Calvino e sua Influência no Mundo Ocidental. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana,1990; GEORGE, Thimothy. Teologia dos Reformadores. São Paulo: Vida Nova, 1994.

[3] Confissão de Fé de Westminster – capítulo 6 seção 3

[4] PLANTINGA JR, Cornelius. Não era para ser assim – um resumo da dinâmica e natureza do pecado. São Paulo: Cultura Cristã, 1998, p.26.

[5] Breve Catecismo de Westminster questão 14.