domingo, 7 de fevereiro de 2016

A PREDESTINAÇÃO

A PREDESTINAÇÃO
Rev. João Ricardo Ferreira de França.
EXPOSIÇÃO BÍBLICA:
Efésios 1.5: “..em amor os predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade,.”
Introdução: Estamos aqui diante de uma declaração estupenda. Uma verdadeira declaração que nos coloca mais baixo que o chão que pisamos. Eis aqui uma verdade solene, uma verdade da eternidade, uma verdade que procede da vontade de Deus.
       O apóstolo quer que nos concentremos mais uma vez em uma das visões mais gloriosa, quer que subamos mais um degrau até o maravilho céu. Olhando com o olhar da eternidade. Olhando para a própria eternidade. A grandeza da revelação aqui é gritante.
       Este texto revela-nos grandes coisas sobre Deus e a sua ação redentora sobre nós; revela-nos a nossa ignorância sobre o seu ser e sobre sua vontade absoluta.
I – A PREDESTINAÇÃO UMA DOUTRINA QUE REVEL O AMOR DE DEUS.
       Bem, aqui de imediato lidamos com um termo muito importante o verbo “predestinou” algumas pessoas sabem que nós cremos na doutrina da predestinação; todavia, acham que se esta doutrina vem de Deus, dizem eles, então, Deus não cheio de amor.
       Ora, esta concepção erra exatamente ai. Porque o nosso texto nos diz: “E em amor nos predestinou....” – nós não fomos predestinados em “ódio” ou “pelo ódio”, ou pelo pecado de “acepção de pessoas” – não! Nós fomos predestinados em amor.
       A predestinação é uma prova de amor. Sim, amor , o amor eterno, todavia, um amor que não se compra, que não se conquista por méritos humanos, e assim, somente assim entendemos que fomos alvos da maior graça dos céus – o amor de Deus Pai em nos predestinar.
       O pai nos predestinou para ele “porque nos amou” de forma soberana. Em amor “a igreja foi predestinada” agora, a expressão em amor no grego é “evn avga,ph|(” este deve o primeiro aspecto a ser considerado, que a Predestinação revela o amor de Deus. Esta a primeira implicação clara do texto que temos diante de nós.
II – SOMOS PREDESTINADOS PARA SERMOS DE DEUS.
       Mas, a pergunta que se levanta para o nosso texto é a seguinte: “O que Deus fez em amor”? Nos predestinou para ele. Isso é importante. Algumas pessoas dizem: “ah, se há predestinação, então podemos fazer o que quisermos, pecarmos a vontade, viver na farra, viver uma vida licenciosa” – notem que não fomos predestinados para o mundo ; o texto nos informa outra realidade, nos diz que fomos predestinados para Deus e não para o mundo. Nós somos obras de suas mãos e devemos obedecer a sua palavra. Esta expressão ainda tem algo a nos dizer: “nos predestinou para ele” alguns aqui podem até achar o seguinte, bem se fui predestinado vou viver para mim mesmo, para o meu bel prazer, viver uma vida que não importa o que acontecer, ele já predestinou tudo. Então, eu posso fazer o que quero, e o que der na telha, não! Não! Não é isso que texto dizendo. O texto nos diz que fomos “predestinados para ele” – ou seja, somos criados e trazidos ao mundo com o propósito de que a nossa vida deve ser sempre para ele; tudo  o que somos é para ele, porque tudo é dele, ele é absoluto e ninguém pode discutir com sua soberania. Augusta e absoluta. O verbo predestinou aqui tem muito a nos dizer:
1) é um verbo que está em uma ação passada que não pode ser repetida, mas que seus resultados são duradouros. Ou seja, uma vez predestinados, os homens nunca poderão larga ou deixar sua condição de predestinado – seja para vida, ou seja para a morte.
2) o verbo mostra toda a ação vinda da parte de Deus. Pois, a voz deste verbo é ativa. Então, ele deliberadamente decidiu predestinar todas as coisas. Isso nos leva para o segundo aspecto deste texto. Ou seja, nos conduz para a pergunta basilar:
III – QUAL A FINALIDADE DESTA PREDESTINAÇÃO?
3.1 – A adoção de Filhos
“para a adoção de filhos” isso aqui é importante. Sim, fomos adotados na família de Deus; esta é a finalidade da predestinação, para que sejamos adotados. O termo “adoção” que aparece aqui tem implicações gritantes; vejam:
       1. Que Por natureza não somos filhos de Deus: esta é a primeira grande implicação que o substantivo “ui`oqesi,an” tem a nos informar, então, é um ledo engano, quando pregadores dizem que todos são filhos de Deus. Não são. Mais adiante Paulo vai nos lembrar que estávamos mortos nos nossos delitos e pecados e que éramos por natureza filhos da ira... (Efésios 2.1-3).
       2. Que somos incapazes de nos tornar filhos de Deus aparte de sua predestinação.  Este é outro aspecto culminante desta palavra “adoção” – quando queremos adotar um filho, nós planejamos como vamos fazer, plenejamos e ordenamos nossas finanças, idealizamos tudo. Notem, eles só podem vir a ser filhos se os nossos projetos e planos tiverem perfeita capacidade de se concretizar.
       Notaram que não somos filhos, ou nos fazemos filhos, por algum esforço que provem de nós? Não cabe aqui o livre-arbítrio, não cabe aqui as boas obras, cabe aqui mais uma vez a escolha livre e soberana de Deus sendo manifestada por causa de sua predestinação. Este é um aspecto fundamental para que nós consideremos esta gloriosa verdade, isso deve provocar em nós duas atitudes:
1) Humildade – Deus me quis em sua família, ele me amou desde toda eternidade para me fazer um filho seu!
2) Louvou: - louvar a Deus por tão grandioso amor. Imensurável amor, incalculável amor que nos fez ser filhos por adoção.
3.2 – Jesus Cristo – o meio pelo qual somos adotados na família de Deus.
       Mas, notemos que esta adoção nunca vincula-se somente a predestinação ela precisa de um mediador, observe o nosso texto mais uma vez: “por meio de Jesus Cristo”. Cristo é o mediador do seu povo, é o resgataor, é por meio de Cristo, e por causa de Cristo que podemos ser inseridos, podemos ser trazidos ao seio da família de Deus, pois, é precisamente isso que vemos no grego “dia. VIhsou/ cristou/ eivj auvto,n” – literalmente temos “por meio de Jesus Cristo para ele”, em outras palavras, apenas em Cristo somos entregues ao Pai. Somente em Cristo temos acesso a casa do Pai. Glorioso é este evangelho.
IV – O FUNDAMENTO DA PREDESTINAÇÃO E ADOÇÃO: A VONTADE DE DEUS.
       Mas onde tudo isso se fundamenta? Sim tudo deve ter um alicerce. Que alicerce é esse?  “segundo o beneplácito de sua vontade” “kata. th.n euvdoki,an tou/ qelh,matoj auvtou/” – sim, aqui Paulo nos informa que toda a obra da predestinação que inclui a nossa adoção e mediação em Cristo Jesus se fundamenta nesta “eudokiam tou thelematos theou” – ou seja, é o querer de Deus que tudo isso ocorra, é a vontade boa e agradável do Senhor.
       A nossa salvação, a nossa inclusão na família de Deus não depende de nenhum livre-arbítrio humano, de nenhum esforço humano, apenas, somente da vontade santa, augusta e amorosa de Deus.

       E o seu propósito, o conselho de sua vontade. Notem ele não pede conselho a ninguém a sua vontade é o seu conselho, o seu executar de tudo o que temos e tudo o que somos. Amém!