domingo, 29 de janeiro de 2017

ROMANOS 2. 4 - QUANDO DESPREZAMOS A BONDADE DE DEUS?

SÉRIE DE EXPOSIÇÃO BÍBLICA:
Livro Estudado: Romanos
Rev. João Ricardo Ferreira de França.
Texto Bíblico: Romanos 2.4-5
“4 Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?
 5 Mas, segundo a tua dureza e coração impenitente, acumulas contra ti mesmo ira para o dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus,”

Introdução:
            Temos visto até o presente momento que os judeus se vangloriavam por ser judeus, e que por causa disso, achavam-se no direito de julgar quem quer seja; quando o apóstolo havia demonstrado o pecado dos gentios em termos graves, os judeus diziam que estavam de concordes com Paulo, todavia, Paulo mostrara que eles não haviam entendido o argumento de Paulo; pois, o juízo de Deus vem sobre todos quer sejam gentios ou judeus, não importa.
            Pois, quando os judeus condenavam os outros, a si mesmo se condenavam conforme vimos nos versos 1 a 3 neste capítulo dois de romanos; mas, os judeus não se contentavam com isso, e diziam que este ensino, o do juízo de Deus e de sua ira não se aplicava a eles, pois, eles sabiam que Deus é bom.
            Na verdade, estes indivíduos, estão é menosprezando a bondade de Deus. Essa atitude de desprezo da bondade e longanimidade de Deus mostra-nos o quanto o homem torna-se culpado, pois, entendem a bondade de Deus como sendo uma licença para o pecado. Em outras palavras, considera o amor, a misericórdia, a compaixão e a tolerância de Deus como algo fraco e débil, como se fosse uma atitude frouxa de Deus ante o pecado; os homens se escoram na bondade de Deus como se esta ignorasse o pecado; pois, os que assim agem, dizendo Deus é bom e não vai me punir por nada disso, estão desprezando a Deus e a sua vontade.
            Precisamos analisar com cuidado o versículo 4 para não cairmos no mesmo pecado dos judeus que julgavam conhecer a bondade de Deus, mas na verdade não sabiam realmente o que se trata quando somos culpados de desprezarmos a bondade divina?


I – QUANDO IGNORAMOS A DEUS (vs.4b):
            Considere o uso do verbo ignorar em nosso texto “ἀγνοῶν”[agnoôn] “Ignorando que a bondade de Deus te leva ao arrependimento”; esta palavra grega agnoôn tem o sentido de “não entendendo”; mas é uma palavra que implica em uma atitude intencional. A ideia é que alguém de fato sabendo que essa bondade pode levar o homem ao caminho da redenção; passou a ignorar completamente esta ideia. Os homens conforme conhecemos não querem nem pensar em se arrepender de seus pecados, de suas mazelas de seus corações podres e sem Cristo; mas eles querem experimentar a bondade de Deus; mas ignoram esta fato único que pode levar o homem aos céus!.
            Os homens não querem cogitar a possibilidade de mudar de vida! Eles desprezam a Deus (Romanos 1.30) – aborrecidos de Deus, desprezadores do altíssimo; então, ao ignorar e ao desprezar as verdades de Deus tais como a sua bondade revelada.

II – QUANDO IGNORAMOS QUE ESTA BONDADE NOS CONDUZ PARA ALGUM LUGAR (VS.4c)
            Os homens veem sinais da bondade de Deus por toda parte, mas simplesmente ignoram esta bondade, e ao fazer estão desprezando a Deus. O vocábulo que nos chama a atenção aqui neste texto é “leva” [ἄγει agei ]ao “arrependimento”! Esta palavra significa “conduzir”, “levar”, “carregar”. O que isso significa? O que realmente Paulo quer dizer aqui?
            Bem, certamente o apóstolo está aqui se referindo a incrédulo; Paulo está dizendo que somente a bondade de Deus pode conduzir os homens ao arrependimento! É somente esta bondade benevolente que pode  levar o homem ao caminho da vida e da piedade. Isso é importante para igreja de Deus e todos os crentes compreenderem.

III – DEVEMOS RECONHECER QUE A BONDADE DE DEUS LEVA OS HOMENS AO ARREPENDIMENTO (VS.4.d)

“a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento” (Rom 2:4 ARA)
            A doutrina do arrependimento é necessária na vida da igreja; pois, ela é de fundamental para a vida do cristão e do não cristão. Essa questão é de suma importância para entendermos a doutrina do arrependimento. Todavia, precisamos estar atentos para um fato, muitas vezes acontecem falsos arrependimentos. D. James Kennedy nos lembra algo interessante sobre esta realidade: “O arrependimento falsificado decide que o indivíduo pode fazer algo para aproximar-se de Deus. Outro tipo de arrependimento falso empenha-se em melhorar, mas  confia unicamente em seus próprios esforços ”
            É exatamente isto que temos visto em nossa época por meio dos tele-evangelistas, onde pregam tudo menos o verdadeiro arrependimento para a vida.
            Ora, quando não se prega o arrependimento há uma rebelião contra o ensino claro do evangelho do Senhor Jesus Cristo que exortou os seus discípulos a pregaram o arrependimento aos homens (Lucas 24.47).
            Este aspecto deve ser ressaltado de modo particular aos ministros do evangelho, isto porque muitas vezes temos a tendência de acharmos que todos os que estão na igreja são verdadeiramente homens e mulheres arrependidos; por isso, a declaração de Hodge é de suma importância neste particular: “Ele [o arrependimento] deve ser, portanto, diligentemente  proclamado do púlpito por todo o ministro do evangelho” .
            Esta verdade precisa ser relembrada sempre e urgentemente resgata em nossos dias. O Senhor Jesus conferiu, na Grande Comissão, o dever de seu povo anunciar o evangelho aos pecadores conforme vemos em Marcos 1.15: “dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho.”; ou seja, a chegada do reino torna necessária a chamada ao arrependimento.
            Esta doutrina do arrependimento está permeada por toda a Sagrada Escritura. Pedro após pregar em Pentecostes os homens perguntaram: “O que faremos, varões irmãos?” Pedro não disse: “olha venha aqui a Cristo e depois vocês saibam o que fazer com suas vidas!” Não ele não disse isso! Ele disse: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo”( Atos 2.38).
            A bondade de Deus, em sua Bondade Deus nos concede o arrependimento para a vida conforme lemos em Atos 11.18 “E, ouvindo eles estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram a Deus, dizendo: Logo, também aos gentios foi por Deus concedido o arrependimento para vida. ”. Aprendemos com este trecho que o arrependimento é uma obra exclusiva de Deus! É Deus que nos leva ao arrependimento, ele quem nos concede essa graça evangélica, conforme aprendemos em nossa Confissão de Fé. Então, o apóstolo Paulo ao falar da bondade de Deus que leva os pecadores ao arrependimento está dizendo de igual modo que somente Deus pode levar o os ao arrependimento sincero e verdadeiro.