Tema: A Soberania de Deus diante do
orgulho humano.
Texto: Daniel 5.13-31
Introdução:
Contexto histórico: Belsazar, rei da Babilônia, desafia
o Deus de Israel:
a.
Belsazar, neto de Nabucodonosor, era rei da Babilônia
em 539 a.C.
b.
O império babilônico estava em declínio, mas Belsazar
vivia uma vida de luxo e ostentação.
c.
O rei era conhecido por sua arrogância e desdém pelas
outras nações e religiões.
A festa profana e a blasfêmia.
- Belsazar organiza uma grande
festa para seus mil nobres e esposas.
- Durante a festa, ele utiliza os
utensílios sagrados do Templo de Jerusalém, profanando-os.
- Em um ato de blasfêmia, Belsazar
e seus convidados bebem vinho nos vasos sagrados e louvam seus próprios
deuses.
A mão misteriosa escreve na parede.
- No meio da festa, uma mão humana
sem corpo surge e escreve na parede do palácio.
- As palavras são escritas em
aramaico, idioma que o rei e seus convidados não compreendem.
- O terror toma conta do rei e
seus convidados, que se desesperam por uma interpretação.
EXPOSIÇÃO BÍBLICA: obs. seguiremos ordem conforme está no texto original hebraico.
I. O
Terror do Desconhecido (5:13-16)
- A reação de Belsazar e seus
convidados.
"Então
o rei Belsazar mudou de cor, e seus pensamentos o perturbaram, e as juntas dos
seus lombos se desataram, e os seus joelhos batiam um no outro" (v. 13):
O verbo
"mudar de cor" (חֲלַף פָּנָיו)
[halaf panayv] revela uma mudança física drástica, evidenciando o terror
que se apossou do rei.
A expressão
"seus pensamentos o perturbaram" (הִתְרוֹפְפוּ
מַחְשְׁבֹתָיו) indica uma mente em confusão e desordem.
A frase
"as juntas dos seus lombos se desataram" (נִפְרְקוּ
שְׁרָרָיו) é uma metáfora poética para a perda de força e controle.
O verbo
"bater" (נָגְפוּ) no final do
versículo, repetido duas vezes, intensifica a imagem do tremor incontrolável
que toma conta de Belsazar.
"E as
concubinas e os príncipes se maravilharam" (v. 14):
O verbo
"maravilhar-se" (שָּׁמַם) indica espanto e
perplexidade diante do evento sobrenatural.
A menção às
"concubinas" e "príncipes" demonstra que o terror não se
limitava ao rei, mas se estendia a toda a corte.
A
busca por sábios e adivinhos.
- "Então foram chamados os
magos, os encantadores, os astrólogos e os caldeus, para lerem a escritura
e para fazerem saber ao rei a sua interpretação" (v. 15):
- O texto enumera quatro grupos
distintos de especialistas:
- Magos: especialistas em magia e
artes ocultas.
- Encantadores: praticantes de
encantamentos e adivinhação.
- Astrólogos: intérpretes de sinais
celestes.
- Caldeus: sacerdotes babilônios
com conhecimento em astrologia e adivinhação.
- "Mas eles não puderam ler a
escritura, nem fazer saber ao rei a sua interpretação" (v. 15):
- O verbo "ler" (קָרָא) no texto hebraico significa
"decifrar" ou "interpretar".
- A inabilidade dos especialistas
em decifrar a mensagem intensifica o mistério e o terror da cena.
- A inabilidade de decifrar a
mensagem.
"Então
o rei Belsazar ficou muito turbado, e o seu rosto se mudou nele, e os seus
grandes se espantaram" (v. 16):
O verbo
"turbar-se" (בְּהֵל) indica uma agitação
interior ainda mais profunda que o terror inicial.
A expressão
"o seu rosto se mudou nele" (נִשְׁתַּנָה
פָּנָיו) reforça a imagem de um rei pálido e abatido.
O verbo
"espantar-se" (חַתָּה) no final do
versículo demonstra que o medo se espalhou entre os nobres presentes.
II. A
Intervenção de Daniel (5:17-24)
a) Daniel é
Chamado à Presença do Rei (v. 17-18)
“Então
a rainha, por causa das palavras do rei e dos seus grandes, entrou na sala do
banquete; e a rainha falou ao rei, dizendo: Senhor meu rei, viva eternamente!
Não te perturbem os teus pensamentos, nem se mude o teu rosto" (v. 17):
A
"rainha" não é identificada no texto, mas provavelmente se trata da
rainha-mãe, Nitócris.
i.
A expressão "viva eternamente" (יְחִי אֲדֹנִי הַמֶּלֶךְ לְעֹלָם) é uma fórmula de
saudação comum no antigo Oriente.
ii.
O verbo "perturbar" (בְּהֵל)
é o mesmo utilizado para descrever o estado do rei no versículo 16.
iii.
A frase "não se mude o teu rosto" (אַל תִּשְׁתַּנָּה פָּנֶיךָ) é um pedido para que
o rei mantenha a calma e a compostura.
"Então
Daniel foi introduzido perante o rei. E o rei disse a Daniel: És tu Daniel, um
dos cativos de Judá, que o rei meu pai trouxe de Jerusalém?" (v. 18):
i.
O verbo "introduzir" (הֵבִיא)
indica que Daniel não estava presente na festa, mas foi chamado especialmente.
ii.
A pergunta do rei revela que ele conhece Daniel, mas
não o reconhece como profeta.
A
Lembrança da História de Nabucodonosor (v. 19-21):
"E
Daniel respondeu ao rei, dizendo: O Deus Altíssimo deu a teu pai Nabucodonosor
reino, e grandeza, e glória, e majestade" (v. 19):
- O verbo "dar" (נָתַן) enfatiza a soberania de Deus sobre
os reinos da terra.
- A enumeração de "reino,
grandeza, glória e majestade" destaca o poder e a autoridade de
Nabucodonosor.
"E
por causa da grandeza que lhe deu, todos os povos, nações e línguas tremiam e o
temiam; a quem ele queria matava, e a quem ele queria conservava; a quem ele
queria engrandecia, e a quem ele queria abatia" (v. 20):
- O verbo "tremer" (חָרַד) e "temer" (יָרֵא) expressam o terror que Nabucodonosor
inspirava.
- O verbo "matar" (הָרַג), "conservar" (חַיָּה), "engrandecer" (גִּדַּל) e "abater" (הִשְׁפִּיל) demonstram o poder absoluto do rei.
"Mas
ele, tendo levantado o seu coração e endurecido o seu espírito, se
ensoberbeceu, foi deposto do seu trono real, e a sua glória foi tirada
dele" (v. 21):
- O verbo "levantar o
coração" (נָשָׂא לֵבָב) e
"endurecer o seu espírito" (חָזַק רוּחַ)
indicam a arrogância e o orgulho de Nabucodonosor.
- O verbo "depor" (הוּרַד) e "tirar" (נָסַע) demonstram a queda de Nabucodonosor
como punição por sua soberba.
A
Interpretação da Mensagem: MENE, TEKEL, PERES (v. 22-24):
- "E tu, seu filho Belsazar,
não humilhaste o teu coração, ainda que sabias "...tudo isso. Mas te
ensoberbeceste contra o Senhor do céu; e trouxeram diante de ti os vasos
da sua casa, e vós, e as tuas mulheres, e as tuas concubinas, e os teus
bebedores de vinho bebestes vinho neles; e louvastes aos deuses de prata,
e de ouro, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra, que não vêem, nem
ouvem, nem sabem; e ao Deus que tem em sua mão o teu fôlego, e todos os
teus caminhos, não glorificaste" (v. 22):"
- O verbo "ensoberbecer-se" (גָּבַהּ) reitera a arrogância de Belsazar.
- A expressão "o
Senhor do céu" (אֲדֹנָי הַשָּׁמַיִם)
enfatiza a autoridade divina sobre Belsazar.
- O verbo "glorificar" (כָּבַד) contrasta a idolatria de Belsazar
com a adoração que Deus merece.
- "Então foi enviada por ele
a parte da mão que escreveu aquela escritura" (v. 24):
- O verbo "enviar" (שְׁלַח) atribui a escrita na parede
diretamente a Deus.
- A expressão "parte
da mão" (יַד כְּתָבָה)
reforça a imagem sobrenatural da mensagem.
- "E esta é a escritura que
se escreveu: MENE, MENE, TEKEL, U-PARSIN" (v. 24):
- A repetição de "MENE" (מְּנֶה) enfatiza a importância da palavra.
O significado exato é incerto, mas pode indicar "contar" ou
"concluído".
- "TEKEL" (תְּקֵל)
significa "pesado" e sugere julgamento divino.
- "U-PARSIN" (וּפַרְסִין)
é normalmente traduzido como "PERES", que significa
"dividir" ou "quebrar em pedaços".
III. A
Queda de Belsazar (5:25-31)
Os versos 25
a 31 de Daniel 5 narram a queda de Belsazar e da Babilônia. A profecia escrita
na parede se cumpre com a conquista da cidade pelos medos e persas. Através de
uma análise linguística aprofundada do texto hebraico original, podemos
desvendar as nuances e os detalhes dessa cena dramática, explorando:
1. O
Cumprimento da Profecia: A Conquista da Babilônia (v. 25-28):
- "Naquela mesma noite foi
morto Belsazar, rei dos caldeus" (v. 25):
- O verbo "morrer" (הוּמַת) no nifal indica que Belsazar foi
morto por outros, confirmando a profecia.
- A expressão "rei
dos caldeus" (מֶלֶךְ כַּשְׂדִּים)
enfatiza a queda de um poderoso império.
- "E Dario, o medo, tomou o
reino, sendo da idade de sessenta e dois anos" (v. 26):
- O verbo "tomar" (לָקַח) indica a conquista militar da
Babilônia.
- A menção à idade de Dario ("sessenta
e dois anos") demonstra sua experiência como governante.
- "E Daniel foi constituído
sobre os três presidentes, porque em ele se achava um espírito excelente,
e sabedoria, e inteligência, para interpretar sonhos, e resolver enigmas,
e desatar nós" (v. 28):
- O verbo "constituir" (הִפְקִיד) indica a posição de destaque que
Daniel assume no novo governo.
- A expressão "espírito
excelente" (רוּחַ טוֹבָה)
destaca as qualidades de Daniel que o qualificam para o cargo.
- A enumeração de suas
habilidades ("interpretar sonhos, resolver enigmas, e desatar
nós") demonstra sua sabedoria e inteligência.
2. A
Morte de Belsazar (v. 25):
- "Naquela mesma noite foi
morto Belsazar, rei dos caldeus" (v. 25):
- O verbo "morrer" (הוּמַת) no nifal indica que Belsazar foi
morto por outros, confirmando a profecia.
- A frase "naquela
mesma noite" (בְּהַהִיא לֵילְיָא)
enfatiza a rapidez com que a profecia se cumpre.
3. O
Reino Dividido Entre Medos e Persas (v. 29-31):
- "E Dario, o medo, dividiu o
reino em cento e vinte províncias" (v. 29):
- O verbo "dividir" (חָלַק) indica a fragmentação do império
babilônico.
- O número "cento e
vinte províncias" demonstra a magnitude da divisão.
- "E Daniel foi constituído
sobre os três presidentes, porque em ele se achava um espírito excelente,
e sabedoria, e inteligência, para interpretar sonhos, e resolver enigmas,
e desatar nós" (v. 28):
- O verbo "constituir" (הִפְקִיד) indica a posição de destaque que
Daniel assume no novo governo.
- A expressão "espírito
excelente" (רוּחַ טוֹבָה)
destaca as qualidades de Daniel que o qualificam para o cargo.
- A enumeração de suas
habilidades ("interpretar sonhos, resolver enigmas, e desatar
nós") demonstra sua sabedoria e inteligência.
- A Recompensa de Daniel (v. 29):
- "Então o rei Dario ordenou
que vestissem Daniel de púrpura, e que lhe pusessem um colar de ouro ao
pescoço, e que o fizessem proclamar como terceiro no reino" (v. 29):
- O verbo "ordenar" (צִוָּה) indica a autoridade do rei Dario e
sua vontade de honrar Daniel.
- A vestimenta de "púrpura" e
o "colar de ouro" eram símbolos de realeza e
status elevado.
- A proclamação de Daniel
como "terceiro no reino" demonstra a grande
estima que o rei tinha por ele.
- II. As Qualidades de Daniel (v.
29):
- "E Daniel prosperou no
reinado de Dario, e no reinado de Ciro, o persa" (v. 29):
- O verbo "prosperar" (שָׁלָה) indica que Daniel teve sucesso e
alcançou grande favor em ambos os reinos.
- A menção a "Ciro,
o persa" demonstra que a influência de Daniel se estendeu
além do reinado de Dario.
- III. A Soberania de Deus (v.
30-31):
- "E Belsazar, rei dos
caldeus, foi morto naquela mesma noite" (v. 30):
- O verbo "morrer" (מֵת) no kal indica a morte definitiva de
Belsazar.
- A frase "naquela
mesma noite" (בְּהַהִיא לֵילְיָא)
enfatiza a rapidez com que a profecia se cumpre.
- "E Dario, o medo, recebeu
o reino, sendo da idade de sessenta e dois anos" (v. 31):
- O verbo "receber" (קַבֵּל) indica que o reino foi dado a Dario
por Deus.
- A menção à idade de Dario ("sessenta
e dois anos") demonstra sua experiência como governante.
Conclusão:
A
Soberania de Deus e a Queda de Belsazar: Uma Análise Conclusiva de Daniel 5
Introdução:
O capítulo 5
de Daniel narra a queda de Belsazar, rei da Babilônia, e a ascensão de Dario, o
medo. Através de uma análise aprofundada do texto, podemos discernir
importantes lições sobre a soberania de Deus, o julgamento divino contra o
orgulho e a idolatria, e a importância da humildade e da reverência a Deus.
I. A
Soberania de Deus sobre as Nações:
- A profecia escrita na parede,
interpretada por Daniel, revela o controle divino sobre os eventos
históricos.
- A queda repentina da Babilônia,
um império poderoso, demonstra a fragilidade dos reinos humanos diante do
poder de Deus.
- A ascensão de Dario, um
governante pagão, é permitida por Deus como parte de Seu plano soberano.
II. O
Julgamento Divino contra o Orgulho e a Idolatria:
- O comportamento arrogante de
Belsazar, profanando os utensílios sagrados do Templo de Jerusalém, é
condenado por Deus.
- A mensagem na parede serve como
um aviso divino contra o orgulho e a idolatria, pecados que atraem o
julgamento de Deus.
- A morte de Belsazar e a queda da
Babilônia são exemplos do julgamento divino sobre nações que se rebelam
contra Deus.
III. A
Importância da Humildade e da Reverência a Deus:
- Daniel, em contraste com
Belsazar, demonstra humildade e reverência a Deus.
- Sua sabedoria e inteligência são
reconhecidas e recompensadas por Deus, que o eleva a um posto de grande
honra.
- A história de Daniel nos ensina
que a verdadeira grandeza vem de Deus e é alcançada através da humildade e
da obediência.
Aplicações
Práticas:
Devemos
reconhecer a soberania de Deus em todas as áreas de nossas vidas.
É importante
cultivar um coração humilde e reverente diante de Deus.
Devemos
evitar o orgulho e a idolatria, que são pecados que atraem o julgamento divino.
Podemos
buscar sabedoria e inteligência em Deus, que recompensa a fidelidade e a
obediência.
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