A DOUTRINA DA ELEIÇÃO
Rev, João Ricardo Ferreira de França.
Exposição Bíblica:
Efésios 1.4: “assim como nos escolheu, nele, antes da
fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor ”
Introdução:
No nosso
último encontro com Paulo e o ensino que decorre deste capítulo de Efésios 1. E
a grande pergunta que levantamos como uma pessoa recebe todas as bênçãos
espirituais? Ou ainda como uma pessoa antes incrédula torna-se em cristã?
Muitas pessoas, e igrejas diriam que a pessoa se torna cristã mediante o ato de
crer; é isso que está em voga no ensino da maioria das igrejas evangélicas de
nosso país.
Outros
declaram que a pessoa torna-se cristã mediante o sacrifício de Cristo Jesus –
isso faz parte da vida cristã – mas não é a causa matriz da fé cristã ser
professada por uma pessoa. Paulo não parte de nada que iniciara neste mundo
para tratar desta questão; na verdade ele vai até a eternidade, antes da
fundação do mundo, e parte daquilo que Deus pai planejou antes de todos os
tempos. E assim temos a estupenda
doutrina da eleição apresentada neste texto. A partir deste texto
consideraremos as seguintes ideias:
I – Deus, O pai o autor da eleição
II – Deus o filho, o
meio da eleição
III – O tempo da Eleição
IV – o propósito da eleição.
I – DEUS PAI – O AUTOR DA ELEIÇÃO.
Já temos
observado que Paulo nunca começa com o homem, ele começa com Deus. E aqui neste
texto não é diferente, notemos como o
apóstolo começa “assim como nos escolheu...”
A doutrina
da eleição ou predestinação começa em Deus, na ação de Deus em escolher. Há
duas maneiras como lidar com este
assunto. A primeira, é que fomos escolhidos por Deus simplesmente como
fato de sua satisfação, como resultado de seu bom prazer ou como diz a escritura
“segundo o beneplácito de sua vontade” (efésios 1.5); a outra forma de entender
essa doutrina é sustentar a ideia de que Deus escolheu baseando-se no seu
conhecimento prévio de que você iria crer em Jesus, então Deus fez a escolha e
apostou em você.
Mas quando
nos aproximamos deste texto percebemos que a segunda ideia não condiz com a
revelação da Palavra de Deus. Notem como Paulo diz: “assim nos escolheu...” o verbo grego escolher aqui
é “ἐξελέξατο (exelexato)” significa “escolher,
selecionar” e implica na escolha de uns e rejeição de outros. Descreve a ação
de Deus em escolher pecadores, aponta para uma escolha de Deus.
Todas as bênçãos incluindo a
salvação é possível porque Deus escolheu certos homens e certas mulheres para
serem alvos de sua graça redentora, é isso que Paulo deixa em relevo para nós.
A Bíblia simplesmente afirma a
verdade de que Deus fez uma escolha. Ele escolheu pecadores, ele escolheu a
você para segui-lo e amá-lo. Devemos reconhecer essa doutrina como sendo uma
doutrina de Deus. Isso nos leva mais adiante, e nos exorta a rejeitar todo o
pensamento de dizer que não entendemos o que Deus está fazendo, ou acusar de
ser uma doutrina injusta lembre-se que é Deus quem nos escolhe e não somos nós
que o escolhemos “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário,
eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o
vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome,
ele vo-lo conceda. (Joh 15:16 ARA)”
II
– DEUS O FILHO, O MEIO DA ELEIÇÃO
Isso nos leva para o segundo aspecto
a ser encarado neste assunto, é que a doutrina aqui enunciada neste texto não
fala que apenas fomos escolhidos, ela nos diz onde somos eleitos, onde se
manifesta a nossa predestinação. Deus nos separou do mundo da humanidade em
Cristo Jesus. Não é isto que nos ensina essa passagem que temos diante de nós:
“assim
como nos escolheu, nele”
Não há eleição sem Cristo ou aparte
de Cristo; o ensino da escritura é que Deus deu o seu filho alguns para que ele
pudesse salvar; a eleição se mostra quando pai chama os pecadores e os entrega
a Cristo, lembre-se do que é-nos ensinado em João 17.2,6 “assim como lhe
deste poder sobre toda carne, para que dê a vida eterna a todos quantos lhe
deste. Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu
mos deste, e guardaram a tua palavra. ” somos como que presentes de Deus
entregues ao Filho.
Notem como essa expressão “nele” é
importante em todo o nosso texto, ela ocorre três vezes: v.4,v.11,vs,13. A
relação do crente com Cristo é fundamental para a obra da redenção, então, o
está em Cristo é ter a garantia de que de fato fomos eleitos por Deus. Cristo é
o meio como isso é demonstrado e revelado à igreja.
III
– O TEMPO DA ELEIÇÃO.
O terceiro aspecto a respeito da eleição diz respeito
ao seu tempo. Quando se deu a eleição? Quando foi que Deus de fato planejou a
eleição e predestinação dos homens?
O apóstolo Paulo responde dizendo “antes
da fundação do mundo” daqui nós aprendemos que a eleição não se dá no tempo e no espaço
conforme conhecemos; a eleição não se restringe aos minutos da humanidade.
O apóstolo nos diz que o tempo da
eleição está na eternidade passada. Aqui no grego temos a expressão: “πρὸ καταβολῆς κόσμου (Eph 1:4 BGT)” “o significado da expressão é desde a eternidade”. A
eleição tem o seu tempo na eternidade. Foi na eternidade que Deus planejou a
eleição dos homens para a salvação.
IV
– O PROPÓSITO DA ELEIÇÃO
Isso nos leva para a finalidade dessa escolha de Deus.
É-nos dito aqui que fomos eleitos “para sermos santos e irrepreensíveis
perante ele em amor...” o que Paulo
quer nos dizer é que o propósito de Deus é ratificar completamente os efeitos
do pecado e da queda do homem.
O foco da eleição é a santidade, ou
pureza da vida cristã. A eleição visa promover a vida de santidade da igreja e
não do pecado. Muitos há que dizem que a doutrina da eleição incentiva as
práticas pecaminosas, mas quando olhamos para esse trecho da Palavra de Deus
reconhecemos que isso é tolice.
Essa vida de santidade é acima de
tudo diante de Deus! Devemos viver a nossa santidade como que estivéssemos
sempre diante de Deus.